De brasileiro para brasileiro


No Brasil, a qualidade que mais tem faltado em meio aos habitantes é o discernimento. O brasileiro não tem mais a capacidade interpretativa como na época dos jornais, a mesma época em que os livros estavam nas estantes das casas.

Na era digital, onde a informação corre muito mais rápido, pouco se assimila de conteúdo.

A mídia, as redes, a alta informatividade, que é baixa (e apesar da oposição semântica a mídia tem tornado sinônimo), contribuem para uma capacidade interpretativa abaixo do esperado para um país que diz ter crescido em alfabetização e letramento.

Uma capacidade quase que inativada em um cotidiano cercado de consumismo, não de mercado, já que o mercado financeiro não anda bem, mas sim o que leva o homem ao esgotamento físico e consequentemente intelectual.

A confusão criada pela grande mídia é tamanha, que a palavra de um artista global e de um pesquisador, possuem o mesmo peso no cenário científico.

Aliás, a opinião do artista está em detrimento em relação a dos nada carismáticos pesquisadores.

Mantemos um histórico de exploração colonialista, quando agora damos de mão beijada nossa nova mercadoria: o intelecto.

Como o pau brasil, tem sido consumido até as raízes por dominadores gananciosos.

Eu, que escrevi aqui falando contra o lugar de fala (quando tratado com a ditadura da expressão), pondero agora que devemos ter a capacidade de discernir sobre a autoridade argumentativa dos discursos aos quais abraçamos.

Opiniões estão para ser escutadas, isto é um fato. Mas é um fato também que o intelecto está para ser exercitado como uma habilidade sempre ativa em nosso cotidiano.left-sidebar

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